Os antigos mercados públicos cearenses apresentam um arranjo espacial característico, quase imutável. Invariavelmente de planta quadrada, têm lojas que conformam o anel periférico externo, comunicadas ao exterior por aberturas encimadas por arcos plenos ou ogivais. No centro das quatro fachadas, as entradas principais, cujos eixos conformam uma cruz. Internamente, uma varanda demarcada por colunata define o pátio central, onde, no mais das vezes, se fazia o comercio da carne.
O método construtivo é a alvenaria portante de tijolos de barro cozidos e as cobertas em telhas cerâmicas e madeiramento em carnaúba, palmeira nativa. É assim nos de Icó e Aracati e, principalmente no de Aquiraz, “uma das obras mais importantes da arquitetura popular do país”, segundo o professor Arq. José Liberal de Castro.
O Mercado de Icó, com sua arquitetura neogótica típica do último quartel do século XIX, foi longamente ansiado pelos habitantes da cidade, já que era por eles considerado “a primeira e mais palpitante necessidade desta localidade”. Iniciado em 1874, foi concluído poucos anos após, constituindo-se em equipamento à altura da vocação comercial da velha urbe, em pleno apogeu da economia algodoeira.
O telhado inclina-se da platibanda na direção do pátio e repousa sobre colunas eu o circundam. As falsas bandeiras nos vãos ogivais formam desenhos imitando caixilharia de vidro. Seu portão principal destaca-se pelo arco em ogiva de maiores dimensões, feito em ferro.
O mercado antigamente
